A melhor superequipe de todos os tempos!

E aqui temos uma equipe da qual aprecio bastante, e foi difícil para obter todos os membros:
Sempre costumo mencionar Grant Morrison, a quem considero o melhor escritor de HQs nos tempos atuais... e aqui está o porquê disso...

A Liga da Justiça, na formação de 1997.. quando escrita pelo citado autor.. observem as fotos e vamos conhecer um pouco de uma das melhores sequências do mercado de quadrinhos:

Foi lendo a sua aclamada fase escrevendo a Liga que percebi o quanto o autor se distingue de qualquer outro. As histórias tratavam de super heroísmo, porém com um tom muito mais épico, sempre apresentando perigos em grande escala, e um certo quê de ficção científica!

Na época, a Liga da Justiça vinha de um período muito fraco em suas tramas e vendagem, sem nenhum personagem "de primeiro escalão"... Logo que Morrison iniciou no título, tratou de dispensar a equipe antiga e reformulou um conceito dos anos 60.. de que ela seria formada pelos "sete grandes" personagens da DC Comics: Superman, Batman, Mulher Maravilha, Flash, Aquaman, Lanterna Verde e Caçador de Marte.

Uma outra particularidade foi que Morrison teve de trabalhar com o que outros escritores criavam nos títulos individuais de cada um, usando o mesmo status de cada personagem dentro das tramas da equipe: notem o Aquaman em voga na época... cabelos compridos e barba, e um arpão no lugar da mão esquerda..Quanto ao Flash, o utilizado era Wally West, já o segundo corredor escarlate. Uma situação parecida ocorria com o Lanterna Verde.. pois sob a máscara tínhamos Kyle Rayner, um personagem novo que seguia os passos do Lanterna mais conhecido, e sem uma Tropa de Lanternas para ajudá-lo.

Porém com esse mesmo staff de personagens, trata-se de uma das formações mais marcantes.. também pela abordagem diferenciada do escritor ao tomar a Liga como uma nova linhagem de deuses: não havia espaço para dramas pessoais, a equipe era mesmo a mais eficiente do planeta. Os dois novatos, por exemplo, raramente se perguntavam se eram capazes de superar seus antecessores.. simplesmente o faziam.

O Caçador de Marte (ou Jonn Jonnz) mostrava bastante de seu lado alienígena e estratégico, e não se torturava - como em dezenas de histórias anteriores - por ser o último marciano vivo.  A Mulher Maravilha era ao mesmo tempo uma embaixadora pela paz, uma feroz amazona e uma nobre princesa de seu povo; Aquaman era mostrado como o orgulhoso rei da Atlântida e senhor dos mares.

Amostra de JLA #04.

Quanto ao Batman, é memorável a sequência onde o Morcego é o único que escapa de alguns alienígenas, salva a todos, e detêm vários deles, deixando os aliens assustados por ser apenas um homem comum. Num trecho da mesma historia, num diálogo do Superman, Bruce Wayne "era o homem mais perigoso da Terra". O Batman de Morrison era absolutamente infalível e confiante no sua guerra contra o crime, mesmo quando parecia falhar - sempre havia uma saída pra ele.

Outra idéia alheia que o escritor teve de lidar e acatar - esta bem estranha - foi quanto ao Superman. A linha criativa dos títulos solo do herói, numa trama sem pé nem cabeça, mudou completamente o visual e os poderes do personagem, elementos clássicos desde os anos 40! Seus poderes, durante curto tempo, foram baseados em eletricidade e eletromagnetismo... com um visual azul e branco que, apesar de moderno e legal pra época, não combinava nem um pouco com ele. Mas nas mãos do autor escocês... na Liga o Superman Elétrico funcionava muito bem! Clark Kent  era escrito como o exemplo máximo de bom caráter e liderança.. (além de quebras épicos durante toda a fase).. o que não mudou após a alteração nos poderes. Destaco a sequência onde, para evitar a colisão da Lua com a Terra, Clark cria pólos magnéticos no satélite!

O autor geralmente escreve suas passagens  já com o final planejado. Em sua última história na revista, chamada "Terceira Guerra Mundial", para evitar o ataque de Maggeddon, uma "arma de extinção em massa criada por antigos deuses", a equipe cria uma forma de conferir poderes temporários à todos os habitantes do planeta, formando um exército de bilhões! Inclusive essa conclusão demorou um bocado pra ser publicada no Brasil.. pois a editora brasileira que publicava a Liga considerava o autor prepotente.. Mas alguns anos depois isso foi remediado por outra editora... 

 

Claro que as idéias de Morrison ás vezes eram pura viagem.. mas aí é que está a qualidade dos textos do cara.. mesmo num mercado tão saturado quanto o de quadrinhos, tudo o que ele escreve tem algo muito fora do comum! 

Espero que tenham gostado.. e até a próxima!